O chamado “Kit Gay”, uma série de vídeos que seriam exibidos na rede pública e privada, com o objetivo de abordar a diversidade sexual e acabar com a homofobia, gerou polêmica nos últimos dias. Isso porque, devido à pressão das bancadas religiosas e conservadoras, o ministério da educação e o governo barraram o projeto. Os vídeos traziam cenas que se passam em escolas, abordando assuntos como bissexualidade, homossexualidade e transexualidade.
O kit foi preparado por Ongs com verba de uma emenda ao orçamento, aprovada pela comissão de Direitos Humanos da Câmara no valor de R$ 1,8 milhão, que também serviu para financiar - além dos vídeos - seminários e pesquisas sobre o tema. Este material seria distribuído a professores de seis mil escolas públicas onde, segundo o Ministério da Educação (Mec), foram registrados casos de homofobia a partir do segundo semestre. No entanto, a presidente Dilma Rousseff criticou e condenou o kit anti-homofobia. "Não aceito propaganda de opções sexuais. Não podemos intervir na vida privada das pessoas", disse, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ela confirmou ter assistido a um dos vídeos e disse que não gostou do seu conteúdo. A presidente afirmou ainda que o governo defende a educação e a luta contra práticas homofóbicas.
Para alguns defensores da causa gay, como o deputado Jean Wyllys, o ministério suspendeu a distribuição do kit após a bancada evangélica ameaçar endossar o pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, o qual pairam dúvidas sobre a evolução patrimonial. “Um direito que deveria ser constitucional não deveria ser usado como moeda de troca em disputas políticas”, afirma Jean Willys.
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