O Bom Filho à Casa Torna

Nossa...faz um tempinho que não posto nada por aqui, mas como diz o ditado: "O bom filho à casa torna". rs

Hoje não teremos nenhum assunto jornalístico em pauta, mas vou explicar um pouquinho o porquê do nome O Esquerda e o objetivo do blog.

O blog O Esquerda foi criado durante a realização do meu TCC, que falava sobre jornalismo investigativo e, depois de formada, decidi dar continuidade a este veículo de comunicação. 

O nome, que parece ter ligação com a política, na verdade tem o intuito de ir na contramão de um blog comum, sendo diferenciado por seu conteúdo eclético (mas sempre com uma pitada jornalística) e dando espaço para que as pessoas expressem sua liberdade de expressão, claro que respeitando a ética e a cidadania.

É isto...a partir de hoje o O Esquerda dará seu primeiro passo e eu conto com vocês para fazer deste blog um espaço onde possamos nos expressar e debater livremente sobre os assuntos, agregando conhecimento à todos que buscam uma leitura de qualidade.

Obrigada,

Ericka Moraes.

Kit Gay Gera Polêmica (Parte 4)

O chamado “Kit Gay”, uma série de vídeos que seriam exibidos na rede pública e privada, com o objetivo de abordar a diversidade sexual e acabar com a homofobia, gerou polêmica nos últimos dias. Isso porque, devido à pressão das bancadas religiosas e conservadoras, o ministério da educação e o governo barraram o projeto. Os vídeos traziam cenas que se passam em escolas, abordando assuntos como bissexualidade, homossexualidade e transexualidade.

O kit foi preparado por Ongs com verba de uma emenda ao orçamento, aprovada pela comissão de Direitos Humanos da Câmara no valor de R$ 1,8 milhão, que também serviu para financiar - além dos vídeos - seminários e pesquisas sobre o tema. Este material seria distribuído a professores de seis mil escolas públicas onde, segundo o Ministério da Educação (Mec), foram registrados casos de homofobia a partir do segundo semestre. No entanto, a presidente Dilma Rousseff criticou e condenou o kit anti-homofobia. "Não aceito propaganda de opções sexuais. Não podemos intervir na vida privada das pessoas", disse, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ela confirmou ter assistido a um dos vídeos e disse que não gostou do seu conteúdo. A presidente afirmou ainda que o governo defende a educação e a luta contra práticas homofóbicas.

Para alguns defensores da causa gay, como o deputado Jean Wyllys, o ministério suspendeu a distribuição do kit após a bancada evangélica ameaçar endossar o pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, o qual pairam dúvidas sobre a evolução patrimonial. “Um direito que deveria ser constitucional não deveria ser usado como moeda de troca em disputas políticas”, afirma Jean Willys.

A Luta Contra a Homofobia (Parte 3)

A União Homo Afetiva

Um assunto que tem dado o que falar é a liberação do casamento gay. A Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprovar a união entre homossexuais. O Brasil deu o primeiro passo, onde Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a liberação desta união, reconhecendo o casal homossexual como uma família. Leandro afirma que com esta aprovação, os homossexuais passam a ter os mesmos direitos que os héteros e que adotar uma criança fica ainda mais fácil. Entretanto, esta é apenas uma medida provisória e que a população LGBT ainda luta para que a aprovação da união civil para casais homossexuais se torne uma lei.



A Luta Contra a Homofobia (Parte 2)

Esta luta parece estar longe de terminar, pois a comunidade LGBT ainda precisa lidar com o preconceito por parte dos políticos. Um exemplo disto é o senador Jair Bolsonaro que, quando questionado em uma entrevista coletiva se era homofóbico, foi enfático: “Quem é contra é homofóbico e quem está quieto está no armário. Eu não vou deixar de defender a família, os bons costumes, a religião e as crianças. Se vou perder votos eu estou me lixando para isso. Se defender a família, as crianças é ser homofóbico, eu sou com todo prazer e vou acabar usando uma camiseta nesse sentido”.

Já o deputado Jean Wyllys afirma que declarações como as do deputado Bolsonaro, além de trazer de volta a memória do povo brasileiro à escravidão, é uma afronta aos direitos humanos de cidadãos e cidadãs. “O direito inalienável à vida inclui o direito à educação, alimentação, saúde de qualidade, ao emprego, à moradia, à segurança e o direito a expressar publicamente sua identidade de gênero sexual e étnica sem ter sua dignidade humana violada”.

A Luta Contra a Homofobia (Parte 1)

Não é de hoje que a homofobia existe e as pessoas que sofrem com este preconceito teem de enfrentar todos os dias os olhares tortos e os comentários maldosos. Entretanto, quando pessoas homossexuais necessitam lidar com agressões físicas por parte de quem não entende ou não aceita esta condição de vida, este assunto se torna perigoso.

Para quem não sabe, a homofobia se caracteriza no medo e no desprezo por homossexuais, é uma opressão intencional e, muitas vezes, premeditada. Ela se manifesta de maneiras diferentes e sua forma mais grave se dá através da violência física ou verbal. Mas, o que leva uma pessoa considerada “normal” a agredir e, em alguns casos, matar quem não segue sua filosofia de vida?! Para Leandro Rodrigues, membro da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo “A sociedade é educada para um padrão de vida heteronormativo, que tem como finalidade a reprodução. Países religiosos não apóiam a homossexualidade, e a homofobia é respaldada pela própria religião, pois as pessoas cometem o ato e justificam que foi “em nome de Deus”. É preciso compreender que a homossexualidade não é uma opção de vida, nem um comportamento, mas sim uma característica do indivíduo”.

Já o Apóstolo Nino Boschi, presidente do ministério da igreja Palavra Viva, afirma que “a visão da igreja tem que ser crítica, pois o que a bíblia ensina é manter uma posição duvidável em relação ao homem ser homem e a mulher ser mulher e a bíblia não dá margem para que se pense diferente.”

A violência contra homossexuais está cada vez mais crescente e, segundo dados do Grupo Gay da Bahia, só em 2010, foram assassinados cerca de 260 homossexuais, principalmente transexuais e travestis. A intolerância contra a comunidade gay não se dá só no Brasil, pois segundo a diplomacia da União Européia (UE) cerca de 80 países seguem criminalizando as relações entre pessoas do mesmo sexo e, em alguns casos, até com a pena de morte, o que é incompatível com as leis em favor dos direitos humanos. Leandro afirma que a Associação LGBT acredita que educar a sociedade para a compreensão da homossexualidade é o primeiro passo a ser dado para acabar com a homofobia e que a maior luta da comunidade gay está em prol da aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia. Este projeto está no senado desde 2006 e, se não for aprovado até o final de 2011, será arquivado.